
Rafael Noriaki Nakatu, 32 anos, popularmente conhecido como Rafinha, morreu após ser baleado depois de fugir de tentativa de abordagem e atirar contra policiais militares entre a noite de sábado (8) e a madrugada deste domingo (9) em Brejo Alegre (SP), município vizinho a Birigui.
Ele teria invadido três casas e inclusive mantido adolescentes em cárcere privado, segundo a polícia, antes da intervenção da equipe do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), que resultou na morte. Rafinha chegou a ser levado para o pronto-socorro da Santa Casa de Buritama para atendimento médico, mas não sobreviveu.
Segundo o que foi relatado, pouco depois das 22h a Polícia Militar recebeu denúncia anônima de que Rafinha estaria andando com arma de fogo em um veículo VW Gol pela praça central de Brejo Alegre. Equipe realizou diligências, mas ele não foi localizado.
Aproximadamente 30 minutos depois houve nova denúncia, desta vez que o investigado estaria na praça discutindo com outras pessoas. Desta vez ele foi visto junto com várias pessoas na praça, aparentemente discutindo. Quando ele se afastou do grupo e atravessou a praça, os policiais fizeram a tentativa de abordagem, mas ao ver a viatura ele teria corrido em direção ao bairro Cohab.
Tiros
Os policiais deram a volta para tentar surpreendê-lo de frente e quando depararam-se com ele, ainda na viatura, Rafinha teria feito o primeiro disparo com arma de fogo contra a equipe da Polícia Militar. Os policiais tentaram se abrigar e permaneceram na esquina, de onde o viram próximo à residência de familiares dele.
Segundo a polícia, o acusado gritou: "vem polícia, que eu tenho para trocar!", fez mais dois disparos contra a equipe, enquanto populares gritavam para os policiais a não revidarem, pois haveria criança nas imediações.
Apoio
Foi solicitado apoio e equipes do Baep foram enviadas de Araçatuba para atuar na ocorrência. Em declarações durante o registro na delegacia, um dos policiais do Baep informou que foram recebidas denúncias anônimas de que Rafinha estaria escondido em uma residência na rua Luciano Germiniano.
Os policiais foram ao local e o proprietário do imóvel informou que ele já havia deixado o local. Outra ligação informou que o acusado estaria em outra casa na mesma rua e moradores confirmaram que momentos antes ele havia entrado na residência.
Segundo o relato, ele aparentemente estava sob efeito de drogas, segurando um revólver, e mandou que que todos fossem para a cozinha, apagassem as luzes e ficassem quietos. Entretanto, passado algum tempo ele teria deixado o local e invadido outra residência.
Encontrado
A equipe do Baep foi ao local indicado, chamou pelos moradores, mas não houve resposta. Assim, o cadeado do portão foi cortado e os policiais ingressaram no imóvel posicionados de forma tática, com escudo de proteção balística, e seguiram pelo corredor até a porta da cozinha, onde novamente pediram a Rafinha que se entregasse.
Passado algum tempo um dos moradores abriu a porta da cozinha e apontou para o quarto onde Rafinha estaria. Os policiais primeiro se dirigiram ao outro quarto, onde estavam os moradores na casa e todos foram retirados do imóvel.
Em seguida eles se posicionaram na frente da porta do quarto onde Rafinha estava, fizeram novas advertências para que ele se rendesse, mas como não houve resposta, um dos policiais abriu a porta.
Mais tiros
Nesse momento o acusado teria sido visto sentado na cama, apontando a arma para os policiais. Ele teria atirado duas vezes, sendo que um dos disparos teria falhado e o segundo o projétil acertou a porta e parede, vindo a se alojar.
Dois policiais revidaram e atingiram Rafinha, que caiu deitado na cama e em seguida foi ao chão. Os dois projéteis disparados pelos policiais ficaram na cama por terem transfixado o corpo.
Equipe de resgate foi acionado, ele foi encaminhado à Santa Casa de Buritama, mas não sobreviveu.
Investigação
O caso foi presidido pelo delegado Ícaro de Oliveira Borges, que ouviu várias testemunhas e requisitou a realização de perícia. Ele ainda determinou a apreensão das armas dos dois policiais e do revólver apreendido com Rafinha, das munições e dos carregadores, também para perícia.
O caso foi registrado como homicídio tentado contra os policiais e homicídio decorrente de oposição à intervenção policial. A Polícia Militar também instaurou inquérito policial militar para apurar a conduta dos policiais.
Fonte: HojeMais