
A idosa que, segundo a polícia, foi sequestrada pela própria filha já tinha procurado as autoridades após uma primeira tentativa de internação. Maria Aparecida Paiva, de 65 anos, fez um registro contra a própria filha, Patrícia de Paiva Reis, quando um carro do Samu foi chamado para levá-la. Ela acusou a filha de crimes como invasão de domicílio, lesão corporal e injúria.
O registro foi feito no dia 30 de janeiro na 9ª DP (Catete). A delegacia é a mesma que, dias depois, passaria a investigar o sequestro de Maria Aparecida, resgatada na Serra Fluminense, na última sexta-feira (24), após 17 dias em cárcere privado.
Patrícia e Rafael Machado Costa Neves, genro da idosa, tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Segundo o delegado Felipe Santoro, titular da distrital, a primeira tentativa de internação de Maria Aparecida ocorreu no dia 27 de janeiro.
"(Patrícia) chegou a chamar um chaveiro para entrar no apartamento alegando que a mãe sofria de distúrbios psiquiátricos. Mas quem estava lá percebeu que não havia motivo para internação, e sim uma briga familiar”, comentou o delegado.
"No dia 30, ela [Maria Aparecida] faz esse registro por invasão de domicílio, lesão corporal e injúria", disse Santoro.
Motivação
De acordo com as investigações, a motivação do crime seria porque a idosa havia denunciado maus-tratos sofridos pelos netos, de 2 e 9 anos, na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav).
Porém, a denúncia de Maria Aparecida no dia 30 de janeiro também pode ter contribuído para o crime dias depois.
Patrícia foi intimada pela polícia sobre o caso. "A filha, então, decide contratar uma ambulância particular para internar a própria mãe", afirmou o delegado.
Maria Aparecida acredita que Patrícia tenha ficado com raiva por causa da denúncia. Também há questões financeiras, já que a filha temia perder o dinheiro da pensão do filho. O pai está pedindo a guarda da criança.
Fonte: G1