QUINTA-FEIRA, 30 DE MARÇO DE 2023 ÀS 08:10:26
Após assassinato de professora, polícia registra 7 possíveis ataques a escolas

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Estado divulgou nota na tarde desta segunda-feira (28), informando que desde a manhã de ontem, quando uma professora foi morta por um estudante de 13 anos em uma escola estadual em São Paulo, foram registrados sete boletins de ocorrência envolvendo planos de adolescentes em relação a ataques em ambiente escolar.

Segundo a nota, a suspeita é de que a ampla divulgação de imagens desse ataque ocorrido na escola da Vila Sonia, que também deixou cinco pessoas ficaram feridas, esteja motivando esses adolescentes. 

Todas as ocorrências são da área do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo), relativas ao crime de ameaça e apreensões de objetos, como facas e simulacros de armas de fogo.

 

Casos

 

Em São Paulo, um adolescente do 9º ano do Ensino Fundamental foi armado ao colégio. A ocorrência chegou à polícia via Disque Denúncia. Em Itapecerica da Serra, uma mãe relatou que o filho foi ameaçado por outro estudante em uma escola. O adolescente teria feito promessas de um ataque similar ao da Vila Sônia. 

Em outra ocorrência, policiais militares foram informados de que um aluno estava próximo da escola com uma arma. Ele foi encontrado com amigos e todos foram indagados sobre a arma. Um deles disse que a arma estava com ele e em seguida exibiu um simulacro.

 

Ameaça

 

Em Santo André, um aluno ameaçou a professora durante a aula dizendo que os professores deveriam ser esfaqueados, como o caso da professora da Escola da Vila Sônia, e que ele faria o mesmo no próximo dia. 

Já em São Bernardo do Campo, policiais militares foram informados pela vice-diretora da escola de que havia um aluno portando pequeno punhal em sala de aula e então abordaram o aluno. Ele disse tê-lo levado para mostrar aos colegas, sem ter ameaçado ninguém, mas relatou que vinha sofrendo ofensas homofóbicas e adquirira o punhal para se sentir mais seguro.

Em Santo André, o coordenador de uma escola não autorizou entrada de um aluno pelo fato de outros alunos terem dito que ele estaria armado e que dias antes havia brigado com outro colega e dito que iria matá-lo. Foi constatado que a arma se trata de um simulacro. 

O sexto registro foi em Santo André, onde uma criança de 11 anos estava portando um simulacro de arma de fogo no interior da escola.

 

Não compartilhar

 

Diante desses registros, o secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite, reforça o pedido para que o compartilhamento e publicações de imagens do ataque na escola da Vila Sônia cessem. “Nós estamos trabalhando para identificar e coibir possíveis casos, porque esse é o papel do Estado. Entretanto, peço que cada um reveja a sua responsabilidade enquanto sociedade", informa .

O secretário pede ainda que a imprensa não reproduza exaustivamente as imagens das agressões e que a população não compartilhe em redes sociais. "O efeito contágio é uma realidade e está demonstrando na prática o que acontece quando um caso é divulgado exaustivamente dessa maneira”, reforça Derrite. 

Por fim, a nota da SSP informa que, em depoimento, o adolescente que matou a professora e feriu outras cinco pessoas afirmou que se pautava nos exemplos midiáticos para planejar a ação.


Fonte: HojeMais