O cabeleireiro e influenciador digital Adriano Gonçalves, de 34 anos, preso na semana passada suspeito de levar filhos adolescentes para um motel com garotas de programa em Belo Horizonte, pediu desculpas pelo ocorrido em um vídeo publicado nas redes sociais nesta quinta-feira (29). Ele negou que tenha agredido uma das mulheres.
Adriano, que é proprietário de um salão de beleza na Savassi, na Região Centro-Sul da capital, e tem mais de 400 mil seguidores nas redes sociais, disse que errou por ter levado os filhos, de 15 e 16 anos, para o motel.
"Ali, no calor da emoção, acabei compactuando com a vontade deles, acabei confundindo paternidade com amizade. Sem medir consequências, por impulso, um ato que hoje em sã consciência eu repudio. Sei que eu errei, jamais faria isso novamente", falou o cabeleireiro.
Ele afirmou que sempre cuidou dos filhos "com muita dedicação e muito amor".
"Eu coloquei eles na profissão, eles trabalham comigo, moram comigo. Eu sempre tento proporcionar o melhor para eles, mas realmente eu cometi essa falha, eu cometi esse erro. Em um momento de felicidade, alegria, acabei caindo nessa situação lamentável que quase acabou com minha vida, com minha carreira, com minha história", disse Adriano.
O cabeleireiro negou que tenha agredido as garotas de programa. De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar (PM) no dia 22 de setembro, uma delas disse que estava tendo relação sexual com Adriano quando ele se tornou mais agressivo e começou a bater no rosto dela. A mulher pediu para o homem parar, mas ele não teria acatado.
"Eu passei anos da minha vida me dedicando a cuidar da beleza, da autoestima e de empoderar as mulheres (...) Eu jamais seria capaz de exercer algum tipo de violência contra a mulher. Eu não vim no mundo para isso, eu vim no mundo para empoderar, encorajar e exaltar a beleza delas", afirmou o influenciador.
A garota de programa também disse à Polícia Militar (PM) que Adriano tirou o preservativo durante o ato sexual, sem o consentimento dela, mas o cabeleireiro não falou sobre isso no vídeo.
"Eu diria que renasci e vou tirar forças de onde não tenho para reconstruir a minha história. Eu tenho certeza da minha inocência", falou Adriano.
Relembre
Adriano Gonçalves é dono de um salão de beleza em BH — Foto: Instagram/ Reprodução
Adriano Gonçalves foi preso na madrugada do dia 22 de setembro.
Segundo o boletim de ocorrência, ele e os filhos foram para uma boate na Savassi, onde encontraram três garotas de programa e combinaram de ir para um motel no bairro Olhos D'Água, na Região Oeste.
Uma das mulheres, de 21 anos, disse aos policiais que, ainda na boate, ficou acertado o valor de R$ 1 mil para cada uma pelo programa.
Ela afirmou que estava tendo relação sexual com o suspeito quando ele se tornou mais agressivo e começou a bater no rosto dela. A mulher pediu para o homem parar, mas ele não teria acatado.
Ainda segundo a vítima, Adriano tentou ter relação sexual sem preservativo, mas ela falou que não faria dessa forma e o entregou uma camisinha. Ele chegou a colocar, no entanto, quando a mulher se distraiu, o suspeito teria tirado o preservativo, sem o consentimento dela.
A jovem só percebeu o que tinha acontecido após o fim do ato e disse que, por causa da situação, cobraria o dobro do valor acordado, mas o homem não concordou. As outras duas mulheres confirmaram a versão da vítima.
Já o cabeleireiro afirmou que o valor combinado inicialmente era R$ 500 e que, no motel, a mulher disse que cobraria R$ 1 mil. Ele falou que teve relação sexual consensual e que não concordou em pagar o valor dobrado porque se sentiu extorquido.
A Polícia Civil ratificou a prisão em flagrante do suspeito pelos crimes de fornecer bebida alcoólica e drogas a menores de 18 anos, por conjunção carnal mediante fraude – que consiste na retirada do preservativo durante a relação sexual, sem o consentimento da outra pessoa – e também por abandono intelectual.
Segundo a instituição, ambos os adolescentes não frequentam escola há quase dois anos.
No último sábado (1º), a Justiça concedeu liberdade provisória a Adriano.
O cabeleireiro terá que cumprir algumas exigências, como o uso de tornozeleira eletrônica. As outras medidas são:
- Comparecimento mensal perante a equipe multidisciplinar do juízo pelo prazo mínimo de 6 meses, devendo o autuado comparecer para atendimento pela equipe até o segundo dia útil subsequente à sua liberação, para informar e justificar suas atividades, cabendo à equipe fixar o prazo final do comparecimento, após análise das condições pessoais do autuado
- Proibição de se ausentar da comarca de Belo Horizonte por prazo superior a trinta dias, sem prévia autorização judicial
- Compromisso de manter seu endereço atualizado e dever de comparecimento a todos os atos do inquérito e ação penal que vier a ser instaurada
- Recolhimento domiciliar noturno durante os dias úteis, no período compreendido entre 22h e 6h do dia seguinte; recolhimento domiciliar em período integral aos domingos e feriados, pelo prazo de 6 (seis) meses
Fonte: G1