Canal de Navegação do Sistema Hidrovia Tietê-Paraná teve a vegetação removida (Foto: Divulgação)

O DH (Departamento Hidroviário) do Estado informou nesta segunda-feira (30) ao Hojemais Araçatub a, que após vistoria técnica, realizou o manejo adequado dos aguapés no rio Tietê, sob a ponte Pio Prado, que divide os municípios de Araçatuba (SP) e Santo Antônio do Aracanguá.

Entretanto, essa limpeza foi feita apenas no Canal de Navegação do Sistema Hidrovia Tietê-Paraná, que é onde o órgão possui jurisdição, segundo o que foi informado. Ainda de acordo com o departamento, não foram registradas intercorrências na rota de navegação da hidrovia devido à presença dessa vegetação.

Desde a quinta-feira (26) o Hojemais Araçatuba vem publicando matérias mostrando que a vegetação aquática tomou conta da superfície da água do rio Tietê . Um vídeo feito com uso de um drone mostra a extensão do problema, já que na sexta-feira a vegetação se estendia por toda a lateral da ponte.

Ranchos

Entretanto, ela também está causando problemas aos proprietários de ranchos à beira do rio, por se instalar nas margens, impossibilitando o acesso à água com embarcações. Muitos informaram que em 30 anos, nunca viram essa quantidade de vegetação se espalhar pelo rio Tietê.

A reportagem consultou o DH sobre a limpeza, mas o órgão explicou que não tem jurisdição para promovê-la nas demais áreas do rio, fora do Canal de Navegação do Sistema Hidrovia Tietê-Paraná.

Também foi feito contato com a Prefeitura de Araçatuba, que reforçou que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente já solicitou auxílio ou intervenção imediata da Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade do Estado.

“Infelizmente, o município não disponibiliza de equipamento adequado para retirar as macrófitas da frente dos loteamentos e/ou condomínios. Por enquanto, a orientação é de que cada loteamento ou condomínio procure empresa especializada, que faça esse tipo de limpeza, conforme a necessidade de cada um”, informa.

Hidrelétrica

O Hojemais Araçatuba também procurou a AES Brasil, que é responsável pela Usina Hidrelétrica Nova Avanhandava, em Buritama, para saber sobre possíveis problemas causados por essa vegetação. A empresa informou que ela faz parte de um conjunto de plantas aquáticas nativas e, quando há o acúmulo, é feito o manejo da vegetação, por meio da abertura das comportas dos reservatórios.

Isso permite que a vegetação siga o fluxo natural do rio Tietê, evitando possíveis danos nas turbinas dos geradores e mantendo a normalidade do fluxo de navegação. "O processo de abertura das comportas é realizado mediante autorização do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico)", informa.