Um homem com 45 anos, morador no bairro Candeias, em Birigui (SP), recebeu alta médica mesmo com dor, após passar quatro dias internado no pronto-socorro municipal, à espera de vaga para tratamento de um cálculo renal.
A BHCL (Beneficência Hospitalar de Cesário Lange), que administra o pronto-socorro, alega que foi recusada vaga na Cross (Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde) para internação em hospital especializado, enquanto o Estado afirma que não houve pedido de internação deste paciente.
A reportagem acompanha o caso desde domingo (12), quando foi procurada pela esposa do paciente, desesperada com a situação do marido. Ela contou que o marido estava internado no pronto-socorro municipal havia quatro dias com cálculo renal e precisava de atendimento com um urologista. “Ele está sofrendo muito, não tem mais o que fazer. Eles abriram o Cross, mas eu não sei como funciona”, contou.
A mulher relatou ainda que o esposo dela havia dado entrada no pronto-socorro de Birigui cinco meses antes, na mesma situação, mas nada foi resolvido e até morfina estava sendo aplicada nele em função da dor que sentia.
Ainda de acordo com o relato, o paciente repetiu os exames de sangue e urina duas vezes no domingo e na segunda pela manhã passaria por ultrassonografia.
Providências
Ainda na segunda-feira a reportagem encaminhou e-mail à Prefeitura de Birigui pedindo informações sobre o atendimento a esse paciente, mas não houve resposta. Nesta quarta-feira houve novo pedido de ajuda da esposa do paciente, comunicando que ele recebeu alta do PS na segunda-feira, estava em casa e sentia muitas dores.
De acordo com ela, os exames apontaram três cálculos renais, um de 7,8 milímetros, um de 8,8 milímetros e um de 10 milímetros, segundo a tomografia. “O maior estaria enroscado, com início de infecção e eu estou na luta de um urologista, pois dizem que os quatro pedidos de Cross foram negados”, contou.
Como foi fornecido um encaminhamento para um urologista, ela conseguiu agendar consulta para o próximo dia 24. Enquanto isso, o marido dela permanecerá em casa, sem assistência médica. “Ele está com muita dor constante, eu já perdi meu emprego, pois estava de contrato e precisei parar para cuidar dele. Estou na base da ajuda de amigos, que se juntaram e trouxeram medicamentos pra ele, mas não vou voltar para o PS, porque não adianta, pois não era nem para liberar ele”, desabafou.
Observação
Como não houve resposta da Prefeitura de Birigui, nesta quarta-feira o Hojemais Araçatuba procurou a BHCL, que informou que o paciente esteve “em observação” no PSM de Birigui.
“Foi prestado todo seguimento perante nossa complexidade, inserido no sistema Cross para especialidade de urologia e negado, pois a referência SCMA (Santa Casa de Misericórdia de Araçatuba) não possui materiais para procedimento urológico e sem pactuação para urologia”, informa a nota.
Ainda de acordo com a gerenciadora do pronto-socorro de Birigui, foi dada alta ao paciente, com medicações, e entregue guia de encaminhamento para acompanhamento ambulatorial no intuído de mantê-lo assistido.
“Todas as informações e assistência foi fornecida ao paciente e aos familiares pela equipe de saúde do pronto-socorro, deixando esclarecido ao paciente e familiares o retorno a unidade quando necessário”, diz a nota.
Nega
Diante da informação, a reportagem também procurou a Secretaria de Estado da Saúde, que afirmou não constar na Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde de São Paulo, solicitação do pronto-socorro municipal de Birigui para a transferência deste paciente a um hospital da rede estadual.
Fonte: HojeMais