SEXTA-FEIRA, 21 DE JULHO DE 2023 ÀS 08:15:14
Hospital de Base de Rio Preto faz primeira cirurgia pelo SUS com robô

O HB (Hospital de Base) de São José do Rio Preto (SP) iniciou nesta quinta-feira (20), a realização de cirurgias robóticas com o robô Da Vinci Xi, uma delas em pacientes SUS (Sistema Único de Saúde), se consolidando como referência em medicina de alta tecnologia. Segundo o que foi divulgado, o HB é a primeira instituição de saúde da região noroeste paulista a adquirir essa, que é a mais recente versão da plataforma robótica.

 

Na primeira cirurgia realizada em paciente do SUS o robô foi operado pelo cirurgião coloproctologista e oncológico Dr. Maximiliano Cadamuro Neto, que é o coordenador do Programa de Cirurgia Robótica do HB. A paciente, Claudina Aparecida Gonçalves da Silva, 56 anos, mora em Votuporanga e estava em tratamento de um câncer colorretal havia seis meses.

 

Segundo o que foi divulgado, ela descobriu a doença em setembro do ano passado, após realizar uma colonoscopia - exame de imagem que investiga alterações ao longo do intestino grosso e no final do intestino delgado. A paciente passou por 28 sessões de radioterapia e quimioterapia oral no HB para reduzir o tamanho do tumor.

 

 

Localização

 

De acordo com Cadamuro Neto, o caso clínico de Claudina foi fator decisivo utilizado como critério para a escolha da primeira cirurgia pelo SUS, já que a localização do tumor, considerado médio/baixo no reto, e o fato de a paciente ter um linfonodo caracterizam, uma cirurgia mais difícil.

 

“O robô tem uma tecnologia que garante melhor precisão dos movimentos e visão 3D em alta definição, além de ser minimamente invasivo, o que proporciona melhor recuperação e menos tempos de internação”, explica.

 

Ainda de acordo com ele, geralmente a cirurgia colorretal é realizada por videolaparoscopia. Mas em um procedimento comum, a paciente teria que utilizar permanentemente uma bolsa de colostomia (saco coletor, que pode estar localizado ao lado do abdômen, exercendo a função de receber as fezes). “Com a cirurgia robótica, o uso da bolsa de colostomia será provisório – ou seja, apenas durante a recuperação”, informa.

 

 

Hérnia abdominal

 

A paciente Maria Cláudia Sanches, 51 anos, de Nhandeara, foi submetida a uma correção de duas hérnias e da musculatura abdominal. Ela percebeu o crescimento de uma hérnia abdominal em 2018 e, desde então, fez exames em busca de tratamento.

 

“No procedimento comum, sem robótica, a paciente ficaria quatro dias internada e poderia levar até 90 dias para voltar ao trabalho e atividades pesadas. Utilizando o aparelho, a recuperação total da paciente levará apenas 15 dias”, afirma o Dr. Marco Ribeiro.

 

 

Utilização

 

Segundo o HB, o robô também será utilizado em cirurgias urológicas, tratamento de câncer de próstata, rim e bexiga, e em cirurgias oncológicas do aparelho digestivo, ginecológicas, como histerectomias e miomectomias.

 

Do total de procedimentos, cerca de 15% serão em pacientes do SUS, beneficiando pacientes do Brasil inteiro, especialmente do interior paulista e de Estados como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. 

 

De acordo com o que foi divulgado, foram investidos R$ 12 milhões somente na aquisição do aparelho, sem contar com outros recursos destinados para melhoria da estrutura tecnológica, estrutura física (área com 1.200m²), processos de treinamento e qualificação de profissionais.

 

“Estamos muito felizes com o sucesso dessas duas cirurgias inéditas no HB porque é um ganho inegável para a medicina brasileira, especialmente porque podemos oferecer tecnologia de ponta para os pacientes do SUS”, diz o diretor-executivo da Funfarme, fundação mantenedora do HB, Dr. Jorge Fares.

 

Já a diretora administrativa do HB, médica anestesiologista Dra. Amália Tieco, por ser referência em medicina, o hospital se mantém em pé de igualdade com os melhores hospitais do mundo, em termos de tecnologia, capacitação profissional e qualidade nos serviços prestados. “Mais uma vez, o HB está fazendo história ao realizar mais uma cirurgia inédita e, consequentemente, impactando diretamente na sociedade” , comenta.

 

 

Capacitação médica

 

Segundo o que foi informado, um dos objetivos do Programa de Cirurgia Robótica do HB é a formação e a especialização de médicos na utilização desta tecnologia, já que o HB é um hospital-escola. “A tecnologia e a inteligência artificial já são realidades e, atualmente, a falta de treinamento médico é a principal barreira. Por ser um hospital de ensino, o HB vai disseminar especialistas em cirurgia robótica para o Brasil inteiro”, destaca Cadamuro Neto.

 

Dr. Jorge Fares comenta que o HB é o segundo maior hospital-escola do Brasil, associado à Famerp (Faculdade de Medicina de Rio Preto) – uma das escolas de Medicina mais conceituadas do Brasil. "É natural, portanto, que os benefícios da cirurgia robótica do HB não se resumam apenas aos pacientes da nossa região e de Estados vizinhos. É inegável que a capacitação médica, com a especialização neste tipo de tecnologia, será um ganho para a medicina brasileira”, diz.

 

 

Foto: Divulgação


Fonte: Hojemais