O policial militar aposentado Élcio Alexandre, 70 anos, foi preso na tarde de quinta-feira (6) ao se apresentar espontaneamente no plantão policial de Araçatuba (SP) para dar início ao cumprimento de uma pena de 8 anos de prisão por homicídio.

Ele foi condenado pelo Tribunal do Júri por ter matado o genro dele, Fábio Modaneis Ferreira, crime ocorrido em dezembro de 2007 na frente de um condomínio de ranchos em Santo Antônio do Aracanguá. O regime inicial é o semiaberto.

Na denúncia do Ministério Público consta que o crime aconteceu na madrugada de 23 de dezembro de 2007, em um rancho onde a família da mulher da vítima estava para as festas de final de ano.

Ferreira teria chegado ao local aparentemente embriagado, disse ao porteiro que queria falar com Élcio, que era avô da filha dele, mas o porteiro tentou e não conseguiu contato com a família.

Tiro

Alterado, Ferreira teria dito que se o portão não fosse aberto usaria o carro arrombá-lo, por isso, outro funcionário foi até o rancho e avisou o réu sobre o que estava acontecendo. Instantes depois Élcio apareceu conduzindo uma picape VW Saveiro, passou pelo portão e parou do lado de fora.

Quando Ferreira se virou em direção ao veículo, ele foi ferido com um tiro na coxa e caiu. O réu teria descido e passado golpeá-lo na cabeça com o cabo da espingarda, parando apenas quando a vítima parou de se mexer.

O réu deixou o local e após ser identificado pela polícia como autor do crime, alegou que havia jogado a espingarda no rio Tietê. 

Condenado

Ele foi denunciado por homicídio qualificado por meio cruel e com recurso que dificultou a defesa da vítima. Porém, durante o julgamento pelo Tribunal do Júri, em novembro de 2019, o promotor de Justiça Adelmo Pinho pediu o afastamento da segunda qualificadora.

Ele também pediu que os jurados considerassem o homicídio privilegiado, por considerar que Élcio cometeu o crime por relevante valor moral, agindo em defesa da própria família.

Após a sentença houve recurso por parte da defesa, mas ela foi mantida e transitou em julgado, por isso o mandado de prisão foi expedido.

Batalhão

Consta no boletim de ocorrência da captura que por ser policial militar aposentado, Élcio foi encaminhado ao 2o BPM/I (Batalhão da Polícia Militar do Interior), onde permaneceria à disposição da Justiça para início do cumprimento da pena.