Foto: Olho de Boto/SN

Roberto Antônio da Silva, 48 anos, conhecido como Preto, foi morto na manhã deste sábado (4) em Macapá (AP), ao resistir durante operação conjunta da Polícia Militar e da Polícia Federal, para cumprimento a mandado de busca e mandado de prisão.

Ele teria resistido a tiros portando uma pistola calibre .40. Outro foragido da Justiça que estava na mesma casa não resistiu e foi preso. Ele seria condenado por homicídio em Rondônia.

O capitão Hércules Lucena de Lima, que é comandante da Rotam (Rondas Táticas Ostensivas Motorizadas), que pertence ao Bope (Batalhão de Operações Especiais) de Macapá, falou com o Hojemais Araçatuba.

Ele contou que a Polícia Federal, que investiga o roubo às agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal em Araçatuba, crime ocorrido na madrugada de 31 de agosto de 2021, apurou que Silva estaria residindo em Macapá.

A informação foi compartilhada com a Polícia Militar e outros órgãos de inteligência local e resultou na localização do acusado, contra o qual havia um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça Federal de Araçatuba, em julho do ano passado.

A suspeita, segundo o capitão, era de que Santos estaria articulando a criação e expansão de célula criminosa de facção para a rota de tráfico internacional, além de outras possíveis ações de roubos.

Arma apreendida com foragido que morreu ao resistir à prisão (Foto: Divulgação)

Tiros 

Ainda de acordo com capitão Hércules, quando a equipe do Bope que deu apoio aos agentes federais para cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão chegaram na casa onde ele estava, o teria surpreendido de posse de uma pistola calibre .40.

O investigado teria resistido à prisão e atirado contra os policiais, que revidaram e ele acabou morrendo no local. Silvaney Bispo dos Santos, que era considerado foragido da Justiça de Rondônia, também estava no imóvel e foi preso.

Durante as buscas na residência doi encontrados crachás da Companhia Docas de Santana, órgão portuário a 17 km de Macapá, com a foto de Roberto, mas em nome de outra pessoa. Também foram apreendidos celulares e uma porção de maconha.

Ao término da perícia na residência o corpo de Silva foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) para exame necroscópico. Após o registro da ocorrência na delegacia local, as informações serão encaminhadas à Delegacia da Polícia Federal de Araçatuba.

Um dos crachás apreendidos com a foto Roberto Antônio (Foto: Reprodução)

Um dos crachás apreendidos com a foto Roberto Antônio (Foto: Reprodução)

Investigação

A última atualização da Polícia Federal sobre a investigação do assalto aos dois bancos em Araçatuba foi publicada em 24 de outubro do ano passado, quando foi deflagrada a 11ª fase da operação contra a quadrilha.

Até então, haviam sido cumpridos 53 mandados de prisão e 105 mandados de busca e apreensão como resultado de centenas de análises realizadas pela unidade de inteligência policial, realização de exames periciais, execução de diligências de campo e confrontação de todos os elementos e indícios colhidos.

O crime teve repecussão nacional e internacional, pois os bandidos deixaram dezenas de artefatos explosivos espalhados pela região central da cidade e utilizaram reféns como escudo humano, ocorrendo morte de populares e de integrantes da quadrilha durante confronto com a polícia.

Viracopos

Ainda de acordo com a Polícia Militar de Macapá, Silva era  integrante de facção criminosa, narcotraficante, atuante em ações do "Novo Cangaço" e domínio de cidades. Ele também era investigado por participação no roubo de roubo de 5 milhões de dólares no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, em março de 2018.

Na época, a imprensa informou que ao menos cinco homens armados com fuzis invadiram a área de cargas do aeroporto e roubaram dólares e quantias em libras e reais que seriam entregues na Suíça.