
A Justiça de São Paulo negou uma liminar em habeas corpus ao torcedor do Flamengo Leonardo Felipe Xavier Santiago, de 26 anos. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça na segunda-feira (9) por supostamente arremessar a garrafa que atingiu e matou a palmeirense Gabriela Anelli e feriu uma outra vítima. Em depoimento, Leonardo disse que havia apenas arremessado pedras de gelo contra os palmeirenses. Depois, segundo o delegado responsável pela investigação, César Saad, o jovem admitiu que jogou uma garrafa, mas sem a intenção de atingir Gabriela.
Na decisão, do dia 10, o desembargador Nuevo Campos destacou que a liminar é "providência excepcional" e "somente se justifica quando há flagrante ilegalidade, hipótese não demonstrada, de forma inequívoca" até o momento da análise. Por isso, considerou que seria prematuro conceder a liberdade, mas requereu informações às autoridades para o julgamento do habeas corpus.
A Defensoria Pública de São Paulo entrou com o pedido após a prisão de Leonardo. O órgão requereu a concessão de liberdade provisória ao paciente, com o argumento de que os requisitos para isso estavam preenchidos. Além disso, a DP citou a ausência de pressupostos para a prisão cautelar, sendo suficientes a imposição de outras medidas cautelares menos graves.
Segundo o g1, Leonardo Felipe Xavier Santiago não tem antecedentes criminais.
O morador de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, afirmou em depoimento à Polícia Civíl de São Paulo que não faz mais parte de torcidas organizadas do Flamengo, mas foi filiado à torcida Flamanguaça até 2020.
A Polícia Civil de São Paulo ainda busca outros envolvidos e novas imagens da confusão que terminou com a morte da torcedora.
Gabriela Anelli, de 23 anos, era torcedora do Palmeiras — Foto: Reprodução/Redes sociais
Gabriela Anelli Marchiano, de 23 anos, foi atingida durante uma briga entre torcedores do Palmeiras e do Flamengo no entorno do estádio Allianz Parque, na Zona Oeste de São Paulo, onde os dois clubes se enfrentavam pela 14ª rodada do Brasileirão.
A jovem morreu na manhã de segunda-feira, após sofrer duas paradas cardíacas. Ela foi levada em estado grave ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos no pescoço causados pelos estilhaços da garrafa. Gabriela foi sepultada na terça-feira.
"Obrigado a todos que oraram pela minha irmã, mas ela foi morar com o papai do céu", escreveu o Felipe Anelli, irmão da vítima.
"Não dá para acreditar, Gabi uma menina com 23 anos, cheia de sonhos pela frente. Perdeu a vida por causa desses loucos, foi atingida por pura covardia. As pessoas estão ficando doentes por causa do futebol", escreveu Mariana Anelli, prima da palmeirense.
Fonte: O Globo