
A Vara da Infância e da Juventude decidiu pela internação provisória da adolescente de 13 anos, moradora em Auriflama (SP), que foi apreendida na última terça-feira (2) pela Polícia Civil de Araçatuba, suspeita de planejar massacre em escola.
Segundo a polícia, ela confessou ter criado um perfil no Instagram para disseminar ameaças de massacre e os policiais apreenderam um revólver que ela exibia como sendo dela para outros adolescentes.
A adolescente passou a ser investigada após o Ministério da Justiça receber informação vinda dos Estados Unidos, de que ela costumava ostentar fotos com armas nas redes sociais e trocar mensagens com outros adolescentes sobre eventuais atentados.
O caso foi encaminhado à DCCIBER (Divisão de Crimes Cibernéticos) do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) da Polícia Civil de São Paulo, que apurou que o usuário desse perfil no Instagram seria de Auriflama.
Em 28 de abril o Seccold (Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro) da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais) foi oficiado e, através de trabalho de inteligência, identificou a adolescente.
Armas
De posse de um mandado de busca e apreensão, os policiais foram acompanhados de conselheiros tutelares até à escola onde a adolescente estuda e em seguida a levaram para a casa dela.
Durante as buscas no imóvel foi encontrada uma espingarda carabina 22 e um revólver calibre 32, que estavam no quarto dos pais da menina. Também foram recolhidas duas folhas de caderno com conteúdo possivelmente nazista e uma máscara da divisão Atomwaffen (grupo neonazista criado nos EUA), que estavam no quarto dela.
Seguidora
Os policiais recolheram o celular da menina e encontraram nele diversos vídeos e imagens de conteúdo nazista e de referência a autores de massacres. A polícia suspeita que ela estaria se preparando para cometer ataque semelhante ao ocorrido em uma escola em Suzano, em março de 2019.
Segundo o que foi informado, a adolescente se declarou fã de um dos autores daquele massacre, confirmou ser autora do perfil e das mensagens ameaçadoras e afirmou ter vontade de praticar um massacre, apesar de não ter coragem.
Investigação
A menina foi apreendida por ato infracional análogo aos crimes de posse irregular de arma de fogo, pois ostentava nas redes sociais ser possuidora do revólver apreendido; por atos preparatórios para terrorismo; e crime de discriminação ou preconceito racial.
O pai dela alegou desconhecer as postagens relativas a massacres, assumiu a propriedade das armas e pagou fiança para responder em liberdade por posse irregular de arma de fogo.
Ainda de acordo com a polícia, a mãe da adolescente disse que sabia das postagens, mas não sabia como proceder diante disso. O caso segue em investigação.
Fonte: Hojemais