QUARTA-FEIRA, 26 DE OUTUBRO DE 2022 ÀS 09:05:37
Justiça decreta prisão dos irmãos acusados de participação no assassinato e na tentativa de homicídio em Araçatuba

A Justiça de Araçatuba (SP) acatou pedido da DH/Deic (Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada de Investigações Criminais) e da Promotoria de Justiça e decretou a prisão temporária dos dois irmãos acusados de participação no assassinato de Wellington José dos Santos, 54 anos, e da tentativa de homicídio contra um homem de 33 anos.

O caso aconteceu na tarde de domingo (23) na residência de uma mulher de 30 anos, no bairro Taane Andraus. Equipes realizaram buscas durante toda a segunda-feira (24) para tentar cumprir a ordem juducial, mas os acusados não foram encontrados e são considerados foragidos.

Em função da lei eleitoral, os mandados de prisão não podem ser cumpridos a partir da 0h de hoje, mesmo que eles se apresentem na delegacia. O Código Eleitoral prevê que até 48 horas após o segundo turno das eleições, conforme previsto no nenhum eleitor poderá ser preso ou detido, exceto em casos de “flagrante delito” ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável.

A polícia ainda investiga a possível participação nos crimes de um terceiro homem, identificado apenas pelo primeiro nome.

Crime

Os crimes aconteceram na casa de uma mulher de 30 anos, no bairro Taane Andraus. Ela contou à polícia que conviveu com um dos acusados, que tem 37 anos, por 18 anos, e possuem duas filhas, uma de 15 e outra de 3 anos.

Ainda de acordo com a testemunha, o casal estava separado havia dois meses, devido a agressões e ameaças sofridas por ela, por parte do investigado. A mulher disse que devido a essas agressões ela voltou a morar com a mãe, levando consigo as filhas.

O caso foi registrado na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) e a vítima teve concedida em favor dela, medida protetiva prevista na lei Maria da Penha. Apesar disso, concordou em receber o ex-companheiro na casa da mãe dela, para que ele visse as filhas.

Ciúmes

De acordo com a mulher, o ex-companheiro não aceitava o fim do relacionamento e mandou áudios com ameaças de morte a ela e dizendo que mataria quem estivesse com ela. Tais ameaças teriam sido feitas antes da solicitação da medida protetiva.

Ainda segundo a testemunha, por volta das 15h de domingo o ex-companheiro dela telefonou para a filha dela, dizendo que queria pegar o capacete dele, o que foi autorizado. Chegando na casa dela, o portão estava entreaberto e ele teria invadido o imóvel, onde estava a mulher, a mãe dela, o padrasto, a filha de 3 anos e o atual namorado.

Tiros

O acusado já estaria com a arma em punho e ido direto na direção do namorado dela, tendo atirado duas vezes. A mulher disse que estava na cozinha e ao ouvir os tiros, tentou impedi-lo de efetuar mais disparos.

Segundo a testemunha, ela quase conseguiu pegar a arma da mão do acusado, que a empurrou e os dois chegaram a rolar no chão. Nesse momento a arma chegou a cair da mão dele, que conseguiu recuperá-la.

Falhou

Ainda de acordo com a mulher, o ex-companheiro apontou a pistola na direção dela, acionou o gatilho, mas a arma falhou. Ela aproveitou e correu para o banheiro, levando consigo o namorado dela, que estava sangrando.

O casal se trancou no banheiro e foi perseguido pelo acusado, que atirou contra contra a porta. Em seguida ele deu a volta na casa, colocou a arma pela janela do banheiro e fez diversos disparos na intenção de atingir o casal.

Acusado retornou para atirar no ex-sogro, que estaria com a neta

Segundo o que foi relatado à polícia, o acusado de ser o autor do homicídio e da tentativa de homicídio ocorridas no domingo já estava indo embora, quando resolveu retornar a matar Wellington José dos Santos.

De acordo com o que foi relatado à polícia, após atirar no casal que estava escondido no banheiro, o acusado teria fugido. Porém, ele resolveu retornar e efetuou os disparos contra Santos, que estava sentado em uma cadeira no fundo da casa, onde morreu com dois tiros na boca.

Segundo o que foi relatado, não havia motivo para tal crime, mas durante a ação, uma testemunha ouviu o irmão do acusado gritar para Santos soltar a filha do atirador.

Foi informado à polícia que o irmão do atirador também entrou na residência, apesar de não ter atirado. Ele teria deixado o local em um veículo Toyota Corolla, levando a filha do casal e foi reconhecido pela voz.

Outro suspeito

Foi relatado ainda a presença de um terceiro homem no local, que teria aguardado na rua em na frente da residência em uma moto, enquanto os outros dois investigados entraram no imóvel.

Os três teriam deixado o local juntos, estando o atirador em uma Honda Biz e o irmão dele com o carro, usado para levar a menina. Algumas horas depois a tia da criança a levou de volta para a mãe.

Pistola usada no crime era da ex-mulher do atirador

A testemunha confirmou à polícia em depoimento que a arma usada no crime pertence a ela. A pistola 9 milímetros teria sido deixada na residência do casal após a mulher resolver voltar para a casa da mãe dela.

A polícia já tinha apurado que a arma estava registrada no nome da mulher, que contou que após a separação esteve no apartamento onde morava com o acusado para tentar recuperá-la, mas não conseguiu.

Segundo o que foi relatado, durante a perícia foram encontradas marcas de tiros nos locais indicados, inclusive no banheiro onde o casal se escondeu, não sendo atingido por nenhum dos disparos.

Sorte

Conforme matéria publicada ontem pelo Hojemais Araçatuba , o namorado da testemunha, atingido por um tiro no peito, foi salvo porque o projétil ficou alojado em um dos ossos da costela e não atingiu um órgão vital, o que é raro de acontecer, segundo o médico Carlos Mori, que é diretor técnico da Santa Casa de Araçatuba. Ele permanecia em tratamento médico.

O caso foi registrado por homicídio e tentativa de homicídio e a Polícia Civil também cumpriu mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça em endereços ligados aos investigados, mas a arma não foi localizada.


Fonte: HojeMais