
Maria José Rodrigues tinha 56 anos (Foto: Reprodução)
Morreu na manhã deste domingo (21) na Santa Casa de Araçatuba (SP), Maria José Rodrigues, 56 anos, que estava internada desde o início deste mês de maio, quando teve 90% do corpo queimado. Ela aguardava vaga para transferência para um hospital de referência em tratamento de queimados e não resistiu aos ferimentos.
O companheiro dela, de 48 anos, teve a prisão decretada dias após os fatos, por suspeita de ter sido o responsável pelos ferimentos sofridos pela vítima. Ao levá-la para atendimento médico, ele alegou que ela teria se queimado quando tentava acender a churrasqueira com álcool.
O boletim de ocorrência comunicando o óbito foi registrado por um filho dela. Segundo o que foi informado, o óbito foi constatado às 8h24 de hoje. O corpo deve ser encaminhado para exame necroscópico antes de ser liberado para velório e enterro.
Caso
A polícia tomou conhecimento do caso ao ser informada que a mulher, que residia em Piacatu, havia dado entrada no hospital na madrugada do dia 1º, apresentada pelo companheiro, alegando que ela teria se queimado ao tentar acender a churrasqueira.
O investigado foi ouvido ainda naquele dia pela polícia e alegou que após passarem o dia ingerindo bebidas alcoólicas durante um churrasco em casa, por volta das 22h o casal teria resolvido reacender a churrasqueira.
Quando ele seguia a um açougue na frente da residência do casal pegar mais cerveja, teria ouvido a mulher gritar e a encontrou com o corpo em chamas. O homem disse ainda que a teria jogado ao chão para tentar tirar a roupa que ela vestia e usado as próprias mãos para tentar conter o fogo.
Em seguida, a levou para tomar banho e percebeu que a pele do corpo da vítima começou a soltar. Após o banho ele a teria deitado na cama e passou um medicamento para queimaduras.
Hospital
Na versão dele, Maria José passou a reclamar muito de dor por volta das 2h da madrugada seguinte e e ele decidiu levá-la para a Santa Casa de Araçatuba, alegando que não teria feito isso antes porque ela teria dito que não precisava, e não se lembrou de pedir ajuda aos vizinhos.
A vítima também apresentava fratura no maxilar e o investigado alegou que a lesão pode ter sido causada quando a jogou ao chão para tentar conter o fogo. Por fim, afirmou que ela só teria perdido a consciência no caminho entre Piacatu a Araçatuba.
Investigação
Devido à falta de provas o homem foi liberado após ser ouvido no plantão policial, mas um inquérito foi instaurado. Intimado a prestar declarações posteriormente na delegacia de Piacatu, o acusado teria entrado em contradição por diversas vezes.
Ao pedir a prisão o delegado também levou em consideração que entre a ocorrência dos fatos e o socorro médico à vítima se passaram cerca de 5 horas e que o local onde os fatos se deram estava limpo quando da chegada da perícia.
Além disso, existe histórico de violência doméstica entre o casal, aumentando as suspeitas sobre o investigado de que a versão dele poderia estar ocultando um crime. Ele foi preso temporariamente e segue à disposição da Justiça.
Atendimento
Segundo o que foi apurado pela reportagem, apesar de a paciente ficar aguardando vaga em um hospital de referência em tratamento para queimados, no período em que esteve na Santa Casa de Araçatuba ela foi devidamente assistida.
A informação apurada é de que o hospial vem se adaptando para oferecrer os devidos tramentos para esse tipo de paciente, devido ao aumento da demanda e à dificuldade de se obter leitos nos hospitais de referência.
Fonte: HojeMais