
A Polícia Civil de Araçatuba (SP) não descarta a possibilidade de que o motorista por aplicativo Glauber Humberto Florentino, 35 anos, tenha sido enterrado ainda com vida após ser espancado com um taco de baseball.
A vítima estava desaparecida desde o dia 1 deste mês, quando saiu com o acusado do crime para um encontro amoroso, conforme declarou o investigado durante depoimento prestado no domingo (12), após indicar o local em um canavial onde havia enterrado o corpo , em Bento de Abreu.
Os delegados Paulo Natal e Rodolfo Carlos de Oliveira, da DH/Deic (Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada de Investigações Criminais de Araçatuba), concederam entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira (13) e deram detalhes da investigação.
Segundo o que foi informado, o mandado de prisão temporária foi expedido na semana passada pela 3a Vara Criminal e foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao investigado em Araçatuba, Andradina e Bento de Abreu, porém, mas ele não foi encontrado.
Ontem a polícia descobriu que o acusado havia retornado de Salvador (BH) e o encontrou no apartamento dele, em um condomínio no bairro Villela. A informação passada à polícia foi de que ele pretendia se apresentar nesta segunda-feira com uma advogada, para dar a versão dele sobre os fatos. O acusado ficou surpreso ao saber que havia um mandado de prisão expedido contra ele.
Investigação
Ainda de acordo com a polícia, o investigado, que tem 33 anos, passou a ser o principal suspeito depois de imagens do sistema de monitoramento confirmarem que ele entrou no carro da vítima no dia 1, quando a vítima foi buscá-lo no condomínio.
A investigação apontou ainda que o motorista havia feito contato pelo aplicativo para fazer corridas para outras duas pessoas, que foram ouvidas e ficou confirmado que elas não tinham envolvimento com o caso.
O acusado chegou a se comunicar com a polícia por meio do aplicativo WhatsApp logo após o registro do boletim de ocorrência do desaparecimento e confirmou ter saído no carro com Florentino. Ele alegou que havia solicitado uma corrida até à rodoviária, de onde teria embarcado em um ônibus para Piacatu.
Entretanto, a polícia constatou que não existe ônibus de Araçatuba para esta cidade no horário informado pelo investigado. Diante dessa constatação é que foi representado pela prisão temporária do acusado.
Encontro
Após confirmar ter matado a vítima, o acusado indicou onde havia enterrado o corpo e contou detalhes do crime. Ele alegou que os dois haviam se conhecido por meio do aplicativo de relacionamento havia quatro meses e nesse período, teriam se encontrado e trocado beijos.
Na versão dele, o encontro do dia 1 seria o primeiro para manterem relação sexual. Após entrar no carro da vítima os dois seguiram para Bento de Abreu, cidade onde o acusado já residiu.
O desentendimento, segundo o investigado, se deu porque Florentino teria pedido a ele que vendesse o carro dele. De acordo com o que foi relatado à polícia, a vítima teve um relacionamento longo com outro homem e, devido ao término, teria que dividir o imóvel onde morava e o carro com o ex-companheiro. A ideia de vender o carro seria para ficar com todo dinheiro, versão que é contestada pela polícia.
Por não ter aceito a proposta os dois teriam discutido e o investigado teria desmaiado a vítima com um soco na têmpora (lateral da cabeça). Ele teria colocado Florentino no banco traseiro da Ecosport e seguido até o canavial.
Ainda na versão do acusado, a vítima teria retomado os sentidos, houve luta corporal e nesse momento ele se apossou do taco de baseball que estava dentro do carro. O investigado disse que deu sete golpes em Florentino, causando ferimentos na cabeça e no peito.
Com ele desacordado o acusado o forçou a ingerir uma cartela de Dipirona e imaginando que já estivesse morto, enterrou o corpo. Por isso que a polícia não descarta a possibilidade de a vítima ter sido enterrada ainda com vida.
O corpo foi encontrado em uma cova rasa, com um dos braços exposto e pacialmente consumido por aves e outros animais. Também havia ferimentos graves na cabeça, que podem ser a causa da morte.
O reconhecimento po familiares foi feito por meio das roupas e de uma tatuagem de um pé de cachorro em um dos braços.
Corpo foi encontrado em canavial em Bento de Abreu (Foto: Divulgação)
Glauber estava desaparecido desde o dia 1 deste mês (Foto: Reprodução)
Polícia apura se crime foi premeditado
A Polícia Civil de Araçatuba investiga se o assassinato motorista por aplicativo Glauber Humberto Florentino, 35 anos, foi premeditado, apesar de o autor alegar que decidiu ficar com o carro da vítima somente depois de tê-la matado.
Os delegados Paulo Natal e Rodolfo Carlos de Oliveira informaram em entrevista coletiva que após ser registrado o boletim de ocorrência comunicando o desaparecimento da vítima, no dia seguinte, foi constatado que o Ford Ecosport de Florentino havia passado por uma praça de pedágio.
As imagens cedidas pela concessionária Via Rondon à polícia mostram que o acusado não viajava no banco da frente, o que seria um indício de que ele não queria ser visto no veículo.
Vendido
Outro fato que chama a atenção, segundo os delegados, é que no dia seguinte o carro já foi vendido a uma pessoa residente em São Paulo, por R$ 9 mil, outro indício de que poderia haver uma negociação prévia.
O investigado disse que essa pessoa adquire veículos com débito e outros problemas, para depois revendê-los. Foi confirmado que ele recebeu um Pix nesse valor, segundo a polícia, que seguirá com as investigações.
Inicialmente o investigado responde por homicídio qualificado seguido de furto e ocultação de cadáver. Caso seja confirmada a possibilidade de o crime ter sido premeditado, o indiciamento passa a ser por latrocínio, cuja pena é maior, e ocultação de cadáver.
O celular da vítima, um Iphone 13, ainda não foi encontrado e o investigado alegou que não o pegou, tendo o aparelho ficado dentro do veículo quando foi vendido, na versão dele.
Fonte: HojeMais