SEXTA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2023 ÀS 08:00:39
Municípios dirão onde Estado deverá investir na Saúde durante Oficina de Regionalização

“Nós estamos abrindo a discussão democraticamente. Queremos que os municípios, que estão assumindo o compromisso de estar avançando na atenção da Saúde na região, nos coloque quais são as suas propostas. Se essas propostas forem colocadas na Oficina, existe o compromisso do Estado, o compromisso do governador Tarcísio de Freitas, de que onde for identificado vazio assistencial, onde identificarmos que há a necessidade de colocar recursos, será colocado para aumentar a eficiência do atendimento e não termos um vazio assistencial em nenhuma região do Estado”.

 

Estas foram as palavras do secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, ao ser questionado pelo Hojemais Araçatuba sobre a possibilidade de instalação do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) Cirúrgico em Araçatuba e de um AME em Penápolis, durante a visita a Araçatuba nesta quinta-feira (13). 

 

Ele participou da abertura da Oficina de Regionalização da Saúde - Macrorregional de Araçatuba, realizada no auditório do Unisalesiano (veja a galeria de fotos) . O projeto busca reorganizar as unidades de saúde e investimentos de acordo com as necessidades e demandas de cada região. Estiveram presentes representantes dos 40 municípios do DRS-2 (Departamento Regional de Saúde) de Araçatuba, que voltam a se encontrar nesta sexta-feira para a segunda etapa da Oficina.

 

Em conversa com a imprensa, Eleuses Paiva explicou que nesses dois dias, todos os municípios deverão apontar os gargalos e as dificuldades para prestar atendimento, além de informar a capacidade instalada de Saúde que possuem. De acordo com ele, essas informações serão cruzadas com a demanda histórica da região, para ser ter uma ideia do que será preciso para diminuir as filas de atendimento e solucionar os problemas.

 

 

Desequilíbrio

 

Ainda segundo o secretário, o levantamento feito até agora aponta que de 30% a 35% dos leitos dos hospitais de alta complexidade, como a Santa Casa de Araçatuba, estão ocupados por pacientes que demandam atendimento de média complexidade. Em contrapartida, os HPPs (Hospitais de Pequeno Porte), que são os com até 60 leitos e que podem fazer esses atendimentos de média complexidade, trabalham com ocupação média de 20%.

 

“A proposta do governo do Estado é estar reativando os Hospitais de Pequeno Porte, fazendo com isso, que esses hospitais voltem a atender essa demanda. Se esses hospitais aumentarem essa demanda, com certeza vai tirar a pressão que nós temos dos hospitais de alta, o que vai fazer as filas andarem nas duas frentes, alta e média complexidade”, explicou.

 

 

Mirandópolis

 

Na região, um dos exemplos citados pelo secretário foi o Hospital Estadual de Mirandópolis, que tem 99 leitos, mas hoje 63 estão em funcionamento. Em visita recente à cidade, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que seria lançado um chamamento público para contratação de pessoal para reativar os outros leitos.

 

“Nós vamos colocar os outros 36 leitos que não estão em funcionamento para funcionar. Para isso, estamos fazendo um investimento principalmente na área de recursos humanos, para termos profissionais capacitados para poder funcionar todos os leitos e também o pronto-socorro do hospital”, informou.

 

Esse processo, de acordo com Eleuses Paiva, deve ser concluído em até 60 dias. Além desse hospital, o Estado calcula que na regional de Araçatuba, composta por 40 municípios, haja outros 11 hospitais de pequeno porte que podem ser reativados para atender a demanda. De acordo com ele, se cada um puder acrescentar de 35 a 40 leitos, seriam pelo menos 400 leitos a mais para atender a demanda.

 

“Nós temos que identificar qual a dificuldade de cada um dos hospitais. A dificuldade é a estrutura que nós temos dentro do hospital, é Centro Cirúrgico? De acordo com a identificação do problema de cada um desses hospitais, o governo do Estado pretende uma repactuação, para estar injetando recursos para ter todos os leitos funcionando na plenitude”, afirmou.

 

 

Edna Flor faz discurso emocionante durante abertura da Oficina de Regionalização da Saúde

 

A vice-prefeita Edna Flor (Cidadania), que representou o prefeito de Araçatuba, Dilador Borges (PSDB), foi bastante aplaudida após o discurso que fez na abertura da Oficina de Regionalização da Saúde, promovida pelo governo do Estado, no auditório do Unisalesiano na manhã desta quinta-feira (13).

 

O principal objetivo das oficinas é fazer o diagnóstico do sistema público de saúde na região e desenvolver estratégias para otimizar os equipamentos e recursos de forma regionalizada. Ainda de acordo com o que foi informado, o programa visa reduzir as desigualdades e aumentar a eficiência dos gastos públicos, ampliando a oferta de serviços, e consequentemente, diminuir as filas de espera e a necessidade de transporte de pacientes para obter atendimento médico em outras localidades.

 

Durante o discurso, Edna Flor falou da preocupação que os municípios têm com os custos dessas mudanças. Ela fez até uma analogia a uma avaliação médica nesse sentido, referindo-se ao secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva.

 

“O senhor como médico, poderia ter exigido que para a gente entrar aqui, a gente tivesse que apresentar um exame de imagem do nosso coração. Se o senhor tivesse em mãos um exame de imagem do nosso coração, o senhor iria ver lá uns pontinhos de preocupação: como é que vai ser o financiamento de tudo isso? O senhor iria ver lá uns pontinhos de dúvida: como vai funcionar, como é que o município vai ter agora um olhar mais regional e não local, que é a proposta?”, disse.

 

 

Esperança

 

Entretanto, a vice-prefeita complementou, declarando que na verdade, o que o exame mostraria seria a esperança de que esse projeto vai dar bons resultados. 

 

“Essa grande imagem que iria estar lá, ela não é um problema. Na hora de fazer a análise, o senhor iria falar: nossa, isso é positivo! Essa grande imagem é a imagem da esperança. A esperança que a gente tem que com esse esforço conjunto nós possamos resolver os problemas das filas, o problema daquelas pessoas que esperam cirurgias de adenoide, o problema daquelas pessoas que esperam cirurgias eletivas, e nós consigamos fazer com que a vida seja a grande vencedora”, disse.

 

E complementou, desejando que o sucesso dessas oficinas, dos esforços da secretaria, resultem em frutos muito positivos para diminuir viagens, otimizar trabalho, mas sobretudo para a vida das pessoas. “Que isso não seja para o nosso currículo, mas que seja para que possamos dizer: nós cumprimos o nosso compromisso como cidadãos, para que a saúde seja efetivamente um direito de todos”, finalizou. 


Fonte: HojeMais