
Interditado há pouco mais de uma década, o prédio do Centro Cultural Ferroviário sofreu vários danos nos últimos anos. Grande parte do telhado cedeu, pilares desabaram e árvores cresceram entre as estruturas das paredes, além de outros problemas.
Em março deste ano, a secretária de Cultura, Tieza Marques, havia adiantado ao Hojemais Araçatuba a existência de projeto de caráter de urgência, protocolado na Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação, de Araçatuba, para reforço das estruturas que dão sustentação ao telhado. Mas na época, não havia definição de uma data para o início dessas obras emergenciais e o valor.
Dando andamento ao projeto, a Secretaria Municipal de Cultural publicou, nesta quarta-feira (24), no Diário Oficial, o aviso de licitação de menor preço para contratar empresa que executará as obras e serviços destinados à restauração do Centro Cultural Ferroviário, conforme consta no documento.
Segundo o aviso, o custo estimado da obra e dos serviços é de R$ 2.028.436,07. A origem do recurso é o tesouro municipal.
Os envelopes de habilitação e proposta de preços serão recebidos até as 9h do dia 13 de junho de 2023, na sala de licitações (Paço Municipal). O edital será disponibilizado gratuitamente no site da Prefeitura .
Bem tombado
O Centro Cultural Ferroviário, antiga Oficina de Locomotivas, é tombado na esfera municipal pela Lei nº 3839, de 14 de dezembro de 1992 e na esfera estadual, junto ao Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo), pela Resolução SC nº 43, de 16 de julho de 2012.
Em março, a reportagem entrou em contato com o Condephaat, que emitiu nota afirmando que havia solicitado ao município medidas de salvaguarda e serviços emergenciais de escoramento do edifício, e que isso era de responsabilidade do proprietário, no caso, a Prefeitura de Araçatuba.
Projetos
O prédio possui um projeto de restauro, desenvolvido pelo Instituto Pedra, aprovado pelo órgão estadual em 2021. O estudo arquitetônico previa oito produtos específicos (projetos de arquitetura e restauração, complementares e da área externa e paisagismo, pesquisa histórica, plano de gestão, projetos de sinalização visual e logomarca, e manual de identidade visual).
O estudo foi feito com recursos do ProAC/ICMS (Programa de Ação Cultural), com aporte de patrocínio da Havan, com investimento de quase R$ 500 mil. Para tirar do papel, a obra teria sido orçada em R$ 11 milhões e previa a instalação de espaços de formação, salas multiuso, biblioteca, área de convivência e anfiteatro com mais de 300 lugares.
No ano passado, outro projeto teria sido encaminhado ao Condephaat, pela Prefeitura, substituindo a cobertura por uma estrutura metálica, pois seria menos dispendiosa e mais rápida para ser executada. A alteração não foi aceita pelo Estado e a administração precisou fazer novos cálculos. Não há mais detalhes do projeto.
(Foto: Manu Zambon/Hojemais Araçatuba)
Fonte: Hojemais