
Em documento encaminhado ao governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e ao prefeito de Araçatuba, Dilador Borges (PSDB), o vereador Wesley Monea do Santos, o Wesley da Dialogue (PODE), pediu a suspensão das aulas em todas as escolas de Araçatuba nas próximas semanas.
Segundo o vereador, a medida serviria para garantir a segurança dos estudantes e profissionais de educação, visto que estão circulando notícias de que possíveis ataques podem ocorrer nas próximas semanas e que neste momento, não há como garantir a veracidade destas informações, gerando insegurança no ambiente escolar.
O vereador relata ainda verificou a entrada e saída das aulas em escolas de Araçatuba e que as unidades não dispõem de policiamento e ronda diariamente durante este período em que a circulação é maior. A falta da presença diária dos profissionais de segurança se dá por conta da falta de efetivo tanto da Guarda Municipal como da Polícia Militar, por isso, está funcionando em forma de rodízio.
“A medida é necessária para que ações conjuntas e eficazes sejam apresentadas pelos órgãos de segurança municipal e estadual. Não podemos deixar uma escola protegida apenas durante alguns dias da semana e em outros não. Desta forma, além de gerar insegurança nos estudantes e profissionais da educação, também deixamos brecha para que situações de violência aconteçam”, explicou sobre o pedido. Para ele, “não podemos pagar para ver e não levar em conta que as notícias que circulam, bem como perfis que vem sendo criados”.
Wesley da Dialogue é presidente das comissões permanentes da Juventude e Educação da Câmara (Foto: Angelo Cardoso/Câmara de Araçatuba)
Sugestões
Wesley oficiou a Secretaria Municipal de Segurança Pública sugerindo a ampliação do número de profissionais por meio de novo concurso e, enquanto isso, que sejam pagas hora-extra aos guardas municipais para que o efetivo da guarda esteja diariamente à disposição para patrulhamento nas escolas. Solicitou também à Policia Militar que a ronda em todas as escolas estaduais seja realizada diariamente.
Nos documentos, o parlamentar também destacou a necessidade da efetivação de políticas permanentes para suporte emocional e psicológico nas escolas. Nas escolas estaduais, a sugestão é a volta da presença do professor mediador em cada unidade, que atua como apoio aos estudantes e na resolução de conflitos, e que elas tenham a presença de psicólogo, que presta atendimento adequado para as demandas de saúde mental.
Já nas municipais, pede que a Secretaria Municipal de Educação acelere o processo de contratação dos profissionais aprovados para o cargo de psicólogo educacional e assistente social educacional do concurso realizado este ano e que a Prefeitura realize novo concurso para ocupar as vagas que não foram preenchidas.
Saúde mental
“Usar este momento para discutir a importância da saúde mental dentro das escolas é fundamental. Há um tempo tenho pontuado que o psicológico dos jovens precisa de atenção e que doenças mentais têm atingido uma grande parcela dos estudantes, principalmente durante e após o isolamento por conta da pandemia”, disse.
Os profissionais de educação também precisam de atenção, pois estariam esgotados, muitos deles desmotivados e sem apoio psicológico dentro da escola.
Reunião
Wesley da Dialogue é presidente das comissões permanentes da Juventude e Educação da Câmara e conduziu reunião nesta semana sobre a segurança (ou falta dela) nas escolas. O encontro ocorreu na terça-feira (11), com a presença da Diretoria Regional de Ensino, Secretaria Municipal de Educação, Defensoria Pública, pais e alunos e outros órgãos e membros da sociedade civil.
Apeoesp divulga manifesto
Ex-vereador professor Cláudio pediu que vereadores levassem pleito ao prefeito (Foto: Angelo Cardoso/Câmara de Araçatuba)
Na segunda-feira (10), durante a sessão da Câmara, a violência e a segurança no ambiente escolar também foram assuntos em debate, introduzido pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), que enviou representante à Câmara para divulgar manifesto público já entregue ao governador.
O documento, apresentado pelo professor e ex-vereador Cláudio Henrique da Silva, denuncia o desmonte das políticas de convivência, saúde emocional, assistência social e segurança dentro das escolas, exigindo providências.
“Havia nas escolas um professor que mediava os conflitos entre os estudantes e realizava trabalhos voltados à prevenção do preconceito e à cultura de paz. Com a reforma da Previdência, esse profissional sumiu das escolas e está fazendo muita falta”, declarou Cláudio.
Além da retomada do programa de mediação escolar, a Apeoesp está cobrando psicólogos em todas as escolas, policiamento ostensivo no entorno das unidades escolares, contratação de mais funcionários por meio de concurso público, valorização dos profissionais da Educação, melhores estruturas físicas e pedagógicas e o fim da superlotação das salas de aula.
O pedido foi para que os vereadores levassem o pleito ao prefeito.
Fonte: HojeMais